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14/05/2018

Sabe com quem está falando?

Sabe com quem está falando?

Por: Márcio Rachkorsky

 

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“Sabe com quem está falando ?” é a famosa frase típica dita por alguém que pretende dar uma “carteirada” ! Tal fenômeno, tão comum em nossa sociedade, ocorre quando alguém pretende auferir algum tipo de vantagem ou privilégio em razão de seu cargo, profissão, condição financeira ou posição social. Nos condomínios, a “carteirada” ganha contornos ainda mais imorais, pois todos os condôminos possuem exatamente os mesmos direitos e obrigações, não existindo qualquer tipo de hierarquia ou subordinação entre eles. Infelizmente  a “carteirada”  está se tornando uma prática cada vez mais comum nos condomínios, o que provoca acirramento dos ânimos e fragilização dos procedimentos de segurança. Vale citar as formais mais usuais de “carteirada” nos condomínios:

 

A modalidade mais clássica ocorre quando um morador diz ao funcionário da portaria ou da segurança “eu que pago o seu salário”. Basta um funcionário barrar um morador na portaria ou então proibir a entrada de um veículo sem identificação, para isso ocorrer. É o que chamamos tecnicamente de temor reverencial. E, cada vez que um morador assim age, ocorre a fragilização de todos os procedimentos de segurança, sem falar no constrangimento causado ao funcionário.

 

 -  Outra “carteirada” clássica nos condomínios ocorre quando um proprietário julga ter mais direitos  do que um inquilino e solta a pérola “mas você não apita nada aqui, pois é um mero inquilino e eu sou proprietário”. Vale lembrar que os inquilinos são usuários do condomínio,  pagam as despesas ordinárias tal qual os proprietários e obviamente não são moradores de segunda classe. Há também os moradores antigos, que julgam possuir direitos adquiridos no condomínio e logo falam aos novos moradores “você é novo aqui, não sabe como as coisas funcionam”.

 

- Por fim, vale mencionar aquela revoltante situação em que os próprios gestores do condomínio (síndico, subsíndico e conselheiros) se aproveitam dos cargos para os quais foram eleitos, para auferir algum tipo de vantagem e, na base da “carteirada”, legislam em causa própria, privilegiam os amigos, punem vorazmente os opositores, utilizam os funcionários para assuntos particulares, dentre outras práticas abusivas.

 

Os efeitos de qualquer abuso de direito são nefastos para a coletividade e todos os condôminos devem ficar atentos e repudiar tal prática. Importante utilizar o livro de ocorrências do condomínio para noticiar e documentar irregularidades, para que a administradora tenha ferramentas para  apurar o caso e penalizar o infrator.

 

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