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11/10/2019

Inteligência emocional na gestão de condomínios

Inteligência emocional na gestão de condomínios

 

Ser gestor de um condomínio não é tarefa fácil. Devido às várias atividades que ele exerce, contatos diários com pessoas dos mais variados níveis sociais são comuns no dia a dia, bem como diferentes tipos de temperamentos de pessoas. Por conta disso, a função de síndico exige muitas competências, sendo uma delas a inteligência emocional, fundamental não apenas para gestores de condomínios, mas também para diversas outras áreas. Por se tratar de uma profissão que convive com diferentes pessoas e trabalha constantemente sob pressão, é essencial que essa habilidade seja aprimorada.

 

O que é inteligência emocional?

 

Inteligência emocional é um conceito que descreve a capacidade de reconhecer e avaliar sentimentos próprios e de outras pessoas, assim como a capacidade de lidar com estes sentimentos. A partir dessa definição, é possível entender por que as pessoas devem saber lidar com os medos, inseguranças e insatisfações em prol do sucesso nas atividades profissionais.

 

A inteligência emocional ajuda a fazer com que pessoas ajam de maneira prudente, intuitiva e racional, não sob as emoções. A inteligência emocional, faz parte de um equilíbrio, permitindo ser sensato, ter sabedoria nas tomadas de decisões e ter discernimento e tranquilidade para buscar as melhores soluções, as melhores estratégias.

 

É preciso saber fazer, mas é preciso estar equilibrado para fazer.

 

Em resumo, uma pessoa que possui alto nível de inteligência emocional é apto a perceber, controlar e compartilhar emoções.

 

Necessidade da inteligência emocional na função do síndico

 

Na vida cotidiana do síndico a inteligência emocional funciona como ferramenta para potencializar a capacidade de relacionar melhor. E isso é fundamental em condomínios, lugar em que as famílias vivem, convivem e, às vezes, entram em situações que mexem com emoções.

 

Muitos moradores se preocupam com o que desejam, sem se preocupar com a opinião dos outros condôminos. Há moradores mais difíceis do que outros, e o síndico passa por “pressão” de diversas formas, com diversos pedidos. E essa inteligência emocional, essa habilidade de lidar com pessoas é muito importante na função do gestor. 

 

O síndico deve ser consciente que ele representa um grupo de pessoas, logo o seu papel é olhar pela coletividade. É necessário fortalecer os sentimentos positivos para gerar resultados satisfatórios.

 

Trabalho sob pressão

 

Em cargos com funções em que há mais pressão, como o do síndico por exemplo, a inteligência emocional é de extrema necessidade e importância. Estar em um ambiente calmo, sem perturbações, se torna fácil tomar decisões, mas estar em uma assembleia em que as pessoas fazem acusações, muitas vezes partindo para uma discussão com um vizinho, já se torna uma tarefa complexa. Uma coisa é estar em um ambiente mais tranquilo, outra coisa é estar no meio do “fogo”, por assim dizer. 

 

Como um síndico que administra inúmeros interesses que envolvem uma comunidade condominial deve se sentir? Essa pressão sofrida com a alta carga emocional vem porque cada um quer ter a razão, dentro do seu próprio ponto de vista. Dentro da visão de cada um, resolver o próprio problema, sem se preocupar com o do outro, é essencial e prioritário e o síndico deverá mediar a situação com inteligência para haver um consenso comum.

 

Situações que a inteligência emocional é utilizada

 

O síndico deve partir do pressuposto de que todo mundo tem razão no seu ponto de vista. Ele precisa ter um distanciamento, olhar e observar a situação dentro dessa lógica. Porque os ânimos estarão alterados, o momento será de estresse, as pessoas estarão muito tensas e raivosas; e o gestor deverá saber gerenciar as emoções, saber como trazer essas pessoas para o lado racional. Ele deve agir de forma tranquila e equilibrada, ainda mais quando se exerce uma função de liderança.

 

Exemplo

 

Ele pode perguntar, por exemplo: “Qual o seu ponto de vista?”, “O que pode acontecer de pior?”, “Qual é a ideia da comunidade?”, “Vamos ver a ideia do todo?”. Assim, o síndico faz a pessoa pensar, sair da emoção e pensar racionalmente. Ou então deixar a pessoa falar, para que ela esvazie toda a carga emocional na qual ela está sendo submetida naquele momento. Há pessoas que não conseguem gerenciar sua própria emoção, enquanto elas não falarem tudo, não esvaziarem, não tem conversa. Um simples “Eu te entendo, eu compreendo a sua situação…”dito pelo síndico, já vai ajudá-la bastante. E sempre em tom de conversa, não de agressão. Mas tendo sempre pulso firme e determinação.

 

Outro ponto importante é que o gestor jamais deve tentar corrigir alguém na hora do erro, por mais razão que se possa ter, nada vai adiantar naquele momento caloroso. As partes precisam estar calmas para assimilar qualquer coisa dentro da situação em que elas se encontram.

 

Agindo nas assembleias

 

Em tese, ter uma inteligência emocional ocasionará maior tranquilidade e discernimento na tomada de decisões e na administração de situações delicadas em que o síndico comumente se envolve. Dependendo da complexidade da situação, os sentimentos costumam aflorar. Um exemplo clássico são as discussões nas assembleias do condomínio em que, muitas vezes, esse gestor se vê sozinho e rodeado de pessoas que querem atingi-lo emocionalmente para alcançar os objetivos. E é aí que o síndico deve ter controle emocional, inteligência, o que resultará em mais tranquilidade e discernimento na tomada de decisões e na administração.

 

Administrar emoções para obter sucesso

 

A falta de estrutura emocional, muito provavelmente trará ao síndico instabilidade em suas ações, fazendo com que tome decisões por impulso, levando ao erro na tomada de decisão. O síndico deve se colocar no seu papel de profissional e entender que não é nada pessoal, é tudo sobre a figura de autoridade que ele representa.

 

Não adianta ser um excelente profissional, se não souber gerenciar suas emoções. Muitas pessoas são contratadas pelo seu conhecimento técnico e são dispensadas porque não sabem trabalhar em equipe. E isso inclui os síndicos, profissionais ou os síndicos condôminos.

 

Portanto, administrar emoções em prol de um objetivo é essencial para o sucesso de uma gestão condominial.

 

Vantagens em ter uma inteligência emocional

 

Se o síndico souber agir emocionalmente com inteligência, poderá trazer diversas vantagens no dia a dia, no relacionamento com condôminos e funcionários:

 

  • Melhorias efetivas – tanto para a equipe de funcionários e prestadores de serviços quanto para o condomínio em geral, bem como a ampliação da rede de relacionamentos e aprendizado com maior facilidade;
  • Torna-se visionário – quando o síndico possui a inteligência emocional, ele consegue ver as coisas de cima tornando-se visionário, aprende a negociar, desenvolve intuição aguçada e consegue escutar mais seus parceiros.
  •  

Os síndicos devem valorizar essas ideias, que geram resultados e, para atingi-las, as pessoas com quem eles se relacionam são fundamentais. As que possuírem um maior equilíbrio emocional em prol de objetivos e maior efetividade ganharão destaque.

 

Competências emocionais

 

Entre as principais competências emocionais para uma gestão condominial bem-sucedida, devem estar:

 

  • A persistência – necessária para enfrentar desafios e adversidades;
  • A introversão – ótima aliada para a criatividade;
  • A paciência – a “mãe” do controle emocional como um todo;
  • A empatia – saber se colocar no lugar do outro;
  • A delicadeza e a sabedoria – para resolver os problemas sem maiores desgastes;
  • A firmeza – sem firmeza e segurança em suas ações, o síndico em breve pode ser taxado como um “banana”;
  • O ímpeto – ser impetuoso sem ser apático, traz ao morador a certeza de que ele elegeu um síndico firme e seguro para gerir seu patrimônio.

 

 A inteligência emocional na gestão de condomínios é necessária, portanto, para gerenciar as emoções em prol de um único objetivo: o sucesso de uma gestão condominial.

 

Fonte: Exame


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